ESG E SUSTENTABILIDADE SÃO DISTINTAS?
Quem responde à questão lançada é Carlo Pereira (2021), Diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU: “[…] ESG não é uma evolução da sustentabilidade empresarial, mas sim a própria sustentabilidade empresarial”.
A denominação ESG (do inglês Environmental, Social and Governance) foi gerada pelo Pacto Global e o Banco Mundial, em 2004, quando da publicação Who Cares Wins (Quem Cuida Ganha). Diz respeito a práticas adotadas por empresas que desejam reduzir os impactos ambientais de suas operações, aumentar o bem-estar social e otimizar a governança corporativa.
Quanto aos critérios ESG, que fundamentam o processo de análise e seleção dos investimentos nas três vertentes: (i) Environmental (Ambiental) refere-se à preservação e recuperação do meio-ambiente ou como a empresa se comporta em relação a: energia, mudanças climáticas e controle de emissões, otimização de recursos, preservação da biodiversidade, gerenciamento de resíduos, combate ao desperdício de água, desmatamento, etc. (ii) Social refere-se à proteção do capital humano e ao bem-estar social, onde se incluem: respeito às leis trabalhistas e aos direitos humanos, cuidados com a segurança no trabalho e a saúde ocupacional, diversidade no quadro funcional, relacionamento com a comunidade, respeito aos clientes, compromisso com sua satisfação, etc. (iii) Governance (Governança) refere-se a políticas e práticas que direcionam e controlam a empresa, onde se incluem: transparência administrativa, conformidade às leis e normas vigentes (compliance), composição do conselho, metodologia contábil, qualificação e periodicidade de auditorias, política anticorrupção, etc.
Essa prática gera uma cultura de credibilidade. Se a empresa opera com capital aberto, deve demonstrar ao mercado seu comprometimento socioambiental e a boa governança que a diferencia. Como afirma o próprio Carlo Pereira (2021): “[…] ESG é a visão do mercado de capitais sobre a sustentabilidade”.
Mas não são apenas os investidores que observam o posicionamento da empresa, os clientes e os parceiros de negócio também valorizam práticas sustentáveis e operações bem geridas. Afinal, o empresário que adere às boas práticas ESG faz parte do seleto grupo que compreende o risco da ameaça climática e se dispõe a fazer a sua parte. Por outro lado, está mais protegido contra fraudes, problemas jurídicos e trabalhistas.
Autor: Josely Nunes-Villela
Publicado em 10 de maio de 2023